sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Os Jogos Olímpicos são nossos!


O Rio de Janeiro venceu a disputa pelas Olimpíadas de 2016. Tóquio, Chicago e Madri ficaram para trás na escolha. Com uma infraestrutura bem abaixo das demais concorrentes, por que a cidade brasileira foi a escolhida?

Para mim, a melhor definição é a do presidente Lula: o Rio venceu porque fez uma apresentação com amor. Os cariocas e todos que torciam para a escolha da cidade brasileira deram provas de que queriam o Rio como sede dos Jogos Olímpicos. O discurso da comitiva brasileira emocionou os delegados do Comitê Olímpico Internacional. Todos perceberam que era chegada a hora da América do Sul receber pela primeira vez uma Olimpíada e que a capital fluminense estava pronta para isso. Madri mostrou um discurso seguro por já ter obras em andamento e estar mais preparada para tanta responsabilidade. Mas o COI queria mudar, e apostou na paixão dos brasileiros.

Passada a euforia pela vitória, muitos pessimistas começam a gritar aos quatro cantos o absurdo de o Brasil sediar um evento de tamanha grandeza tendo tanta miséria em sua população. Falam que os quase R$ 30 bilhões que terão de ser investidos na infraestrutura exigida deveriam ser investidos em saúde, emprego, educação e combate à fome. Concordo plenamente que essas áreas devem ser prioridade sempre, mas não podemos fechar os olhos para os benefícios que serão agregados a esse elevado investimento.

Em primeiro lugar, o dinheiro está sempre aí e nunca foi investido nessas necessidades básicas da população. Ao contrário, são desviados para fazer a alegria de governantes que já têm mais do que suficiente. Também é preciso levar em conta a contrapartida desse gasto. Quantos empregos serão gerados com as obras que virão, os hotéis e restaurantes que serão construídos? Quantas pessoas serão beneficiadas diariamente com as melhorias do transporte público? Apenas isso já melhora, e muito, a saúde física e mental da população. Com trabalho e menos estresse com todos os problemas relacionados à ausência dele, a auto-estima e a qualidade de vida dos cidadãos vai melhorar.

E esses benefícios não ficarão restritos ao Rio de Janeiro. O Brasil inteiro vai ganhar visibilidade e muitos turistas que vierem para a competição certamente vão aproveitar para conhecer outros estados, gerando renda para o país inteiro.

Mas a grande melhoria com a nomeação da capital carioca será o incentivo ao esporte brasileiro. Há anos atletas de todas as modalidades lutam por patrocínio para se preparar e viajar para as competições. Sem apoio, muitos acabam desistindo pelo caminho. Recentemente nos surpreendemos com ginastas de renome internacional sem clube para treinar, equipes grandes de vôlei quebrando. O esporte brasileiro à falência. Enquanto o futebol vai muito bem obrigado, movimento milhões todos os anos, os demais esportes estão à beira do abismo.

Essa crise no esporte do Brasil afeta não apenas os atletas profissionais, mas especialmente as futuras gerações, que sem campeões para se espelhar deixam de ver no esporte uma opção de melhoria de vida. O esporte é inclusão. Quem pratica qualquer esporte que seja está interagindo com alguém, está distante de drogas, de violência. Está mais feliz. E com os Jogos Olímpicos aqui, certamente essa situação vai mudar para melhor. Vão aparecer patrocinadores, investidores na formação de futuros atletas. Novas portas vão se abrir. Talvez apenas para essa Olimpíada, mas vamos torcer para que todos tomem gosto pelo esporte e possam levá-lo adiante sempre. Faz bem para a saúde, para o corpo, para a mente. Gera empregos, que acabam com a fome, e educação, que traz uma cidadania democrática.

Que venham os Jogos Olímpicos de 2016!

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